Em matéria anterior, falamos sobre o processo de fundição e sua parceria com a joalheria artesanal (“Fundição e Joalheria Artesanal”). Estaremos, nesta, abordando o trabalho da modelagem em cera. Este processo de confecção faz uma parceria importantíssima com a fundição. A fundição necessita de um modelo para que seja reproduzido em série. Ele pode ser confeccionado diretamente no metal pelo processo da joalheria artesanal ou em cera. A cera para modelagem é a matéria prima para este processo. Ela é encontrada em tubo para anéis ou pulseiras, em chapas de diversas espessuras, em bloco uniforme ou em fios flexíveis de diversos formatos. Encontramos a cera em três cores que representam características diferentes. As mais usadas são a azul (que é mais flexível e possui um ponto de fusão mais baixo) e a verde (que é pouco flexível e possui ponto de fusão mais alto). Podemos também utilizar a roxa, que se encontra num meio termo destas duas características. Os fios flexíveis nada têm de similar aos tubos e placas descritos acima. Vale ressaltar que a cera para injeção (processo de fundição) é uma cera diferente destas para modelagem.
Geralmente, é mais rápido esculpir uma peça em cera do que executá-la no metal, mas algumas podem ser mais práticas se forem feitas diretamente na prata. Por ser mais rápido esculpir a peça em cera, ela é a matéria-prima preferida para os modelos de fundição, sendo assim, a mais usada na indústria joalheira. Para se esculpir uma peça em cera, precisamos de serra e arco de serra, lima, triboulet de corte (para acertar a numeração de maneira precisa), lamparina, escultor, fresas e/ou buril (para escavar desenhos e efeitos diversos), lixas, ferramentas para medida, chicote para torneamento e, por fim, o pirógrafo, que é muito prático para executar soldas e dar polimento em peças arredondadas. Com a peça pronta em cera, ela vai para a fundição. Teremos apenas um modelo, só que agora em metal, e é dele que faremos a borracha para reprodução em série. Esta peça em metal necessita de acabamento, que pode ser dado pelo próprio modelista ou por um ourives da fundição. Vimos então que existe uma etapa a mais na cera, já que a partir de uma peça feita direto no metal pode-se fazer uma borracha, sem precisar ir para a fundição antes. Uma peça de joalheria artesanal também pode precisar de alguma parte feita em cera para agilizar o processo de confecção, visto que hoje em dia se prioriza a agilidade dos processos industriais. A cera é prática, fácil de esculpir e escavar, rápida para dar acabamento e executar. É possível, com ela, fazer peças mais sinuosas e orgânicas de maneira mais rápida, precisa e com muito menos ferramentas que no metal.
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